terça-feira, 30 de agosto de 2011

Feiras

O meu passatempo mais recente tem sido "garimpar" Feiras de Velharias e tenho-o praticado quase todos os fins de semana. Nota-se que este conceito tem sido largamente explorado nos últimos anos e hoje em dia praticamente todas as cidades têm a sua feira mensal. Tenho preferência pelas que se realizam mais perto, mas no sábado passado fui à de Coimbra, e das que já visitei, foi sem duvida a maior e a que apresentou peças com melhor qualidade. Ali encontrei móveis, grafonolas, rádios, livros, jóias e um sem número de objectos de decoração centenários e de valor. Percebeu-se logo que os vendedores eram antiquários e não pelintras como os que se encontram na Feira da Ladra, o que concedia uma certa atmosfera de glamour vintage a toda a Feira. É isto que faz a diferença entre velharias e antiguidades… e dai os preços praticados.
Esta casa tem assumidamente um estilo campestre e rústico, como tal, o ambiente que se pretende pede objectos com história e memória que só as antiguidades conseguem ter. Um ano e meio depois, ainda há espaços à espera de móveis, paredes a precisar de quadros, molduras a pedir fotografias e recantos que aguardam peças carismáticas, objectos que dificilmente encontrarei nas habituais lojas de decoração, o que faz as Feiras ganharem um interesse crescente.
Contudo, toda esta atenção tem o seu quê de ironia, encontrámos a casa cheia de coisas velhas, esvaziámo-la e agora queremos enche-la de novo com ares do passado… se calhar é para isso que está destinada! Pois a experiencia diz-me que existe uma linha ténue entre o que se rejeita e o que se aproveita, passamos uma vida a desfazer-nos de coisas só porque são velhas até que um dia começamos a olhar para elas de outra maneira e aí damos-lhes algum valor.


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