terça-feira, 30 de outubro de 2012

Lojas VS Crise



As últimas feiras do mês, nas quais punhamos algumas expectativas no que toca a boas vendas, saíram goradas. As pessoas apareciam, viam, mexiam, mas não compravam... anda tudo com medo, os políticos falam e depois o povo retrai-se nas compras, não me digam que vai ser assim até ao final do ano!? Pior será quando chegar 2013, aí é que as leis são aplicadas e as pessoas verdadeiramente lixadas! Enquanto isso nos telejornais abundam reportagens sobre feiras e mercados, mostrando o regresso das pessoas como compradores mas principalmente como vendedores. Hoje toda a cidade, praça ou jardim tem que ter uma feira biológica, uma de velharias e um mercado urbano, por vezes até mais que um, uma maneira audaz de juntar pessoas que querem vender coisas, num salve-se quem poder que surge da vontade e da necessidade de se fazer alguma coisa para ajudar a pagar as contas... mas quando a coisa aperta, acho que nem os mercados escapam à crise!!!
No entanto há sempre alternativas e nós também as temos experimentado, assim, paralelamente às feiras, a internet tem servido para divulgarmos produtos e fazermos vendas, mas até aqui se notou um aumento considerável de perfis criativos com fins comerciais. De repente toda a gente com alguma habilidade criou um pequeno negócio e pô-lo a render no facebook, tudo se cria e tudo serve para vender: mantas e malas costuradas à maquina, colares e anéis em diversos materiais, bonecos engraçados em tecido, bolos e biscoitos biológicos, organização de festas temáticas, prestação de serviços vários, etc etc etc. Tudo é valido e algumas ideias revelam-se verdadeiros sucessos comerciais com a ajuda da divulgação em blogs de grande visibilidade e do destaque nos meios de comunição.
Mas parece que agora chegou a vez das lojas se multiplicarem, com o aproximar do Inverno, do tempo rigoroso e do Natal, mais a necessidade de fazer algo para além dos mercados e feiras de fim de semana, muita agente resolveu abrir um estabelecimento para tentar a sua sorte. Só em Tomar, depois da nossa, preparam-se para abrir quatro lojas, fora as que desconheço, e antes de nós outras tantas abriram portas. Eu sei que não está famoso para abrir lojas, basta ver o telejornal para saber que todos os dias empresas fecham, que há cada vez mais desempregados, que os salários já não dão para tudo, que as medidas de austeridade aplicadas aos trabalhadores e aos reformados agora também vão chegar aos desempregados... ou seja, é o fim para quem trabalha, para quem não trabalha e também para aqueles que dependem do poder de compra dos outros. Se fosse há um par de anos atrás ter uma loja dava dinheiro e no ramo das antiguidades ganhavam-se fortunas, tempos áureos que não voltam tão depressa. Agora só resta perguntar o que vai acontecer a este povo quando realmente as medidas começarem a fazer-se sentir?
Eu acho que isto vai ficar muito mau, vai tornar-se caótico, vai bater no fundo, pessoas vão continuar a abandonar o país, outras vão lutar com ferro e fogo, o país vai ficar ingovernável até um salvador da pátria ser encontrado... acho que só assim isto se vai recompor, para depois voltar tudo ao principio. 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Déjà Vu


A hora mudou e por norma quando esse episódio ocorre duas vezes por ano estou acordado, mas no sábado estava K.O. e adormeci antes da meia noite. Dormi profundamente como habitual e quando acordei a primeira vez eram 6H38, apercebi-me que ainda não tinha mudado a hora no telemóvel e assim o fiz para voltar a dormir, o mais curioso de tudo é que, quando acordei a segunda vez, eram novamente 6h38!!! Acordar 2 vezes à mesma hora no mesmo dia, é mais que coincidência é déjà vu.



Estas trocas e baldrocas que nunca percebi bem deixam-me um bocado baralhado assim tipo em modo jet lag, com aquela sensação do: parece tarde, mas pelas horas ainda é tão cedo... ironicamente até faz parecer o dia maior.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A Loja: o grafismo



Em tempos criei um facebook a que dei o nome Jonas Bazaar com o intuito de colocar algumas coisas à venda, também tinha conta no Olx, mas tanto um como o outro tinham pouco feedback e fui-me despreocupando. Quando começamos a fazer feiras e a levar isto mais a sério, percebemos que a internet tinha mesmo que passar a ser uma ferramenta de trabalho e um complemento com fins lucrativos, mas isso só aconteceu depois de aderirmos a um grupo de trocas e vendas. Entretanto comecei a notar num boom de perfis de vendas online que iam das bijuterias às bolachas, das roupas em segunda mão às malas e peças em tecido totalmente handmade, parecia que de repente toda agente tinha dado uma de criativo e começado a querer mostrar e vender as coisas que faz em casa, num retorno ao artesanato como não se via desde os anos 90. A particularidade é que hoje em dia as ideias brilhantes surgem de uma clara necessidade económica, as pessoas perdem os empregos ou acabam os cursos e não têm outra hipótese senão procurar fazer algo por si para poder subsistir, ou pelo menos tentar. Foi o que aconteceu aqui, tivemos que mudar radicalmente os nossos percursos profissionais e encontrar uma solução rápida e alternativa antes que os subsídios e as poupanças se esgotem.
Pode-se dizer que a loja é a materialização de um perfil do facebook de vendas online, e como tal a escolha do nome foi fácil. Algumas opiniões foram pedidas e optou-se por adaptar o Jonas Bazaar para simplesmente O Bazaar. A imagem gráfica foi criada e o facebook acompanhou a mudança.
O lettering escolhido sugere algo antigo e o logótipo relaciona-se com um pormenor da porta da loja, aqui ficam as imagens que se pretendem usar na divulgação.


sábado, 20 de outubro de 2012

A loja: o contexto



Após 6 meses de feiras, que se realizam apenas aos fins de semana, comecei a ponderar o que fazer durante os outros dias, pois a chegada do Inverno só irá prejudicar o negócio. Por norma as feiras são ao ar livre e com a chuva o mais certo é serem canceladas, por outro lado, para além de agora anoitecer mais cedo, as pessoas com o mau tempo têm renitência em sair de casa, logo as vendas diminuem. Pensei seriamente em ir vender louças a garnel para os mercados semanais, mas antes disso teria que finalmente experimentar abrir uma loja.
Há uns tempos atrás andei com a cisma que queria abrir uma, penso até que toda a gente que me conhece ouviu falar nisso! Primeiro era um bar, depois um restaurante, lembrei-me de uma loja de doces regionais, um quiosque de lanches rápidos, uma loja dos 300 e depois uma de artigos a 1 euro, até que desisti dessas ideias todas, porque lojas a fechar são o prato do dia. Mas neste momento tinha que arriscar, porque ficar as semanas sem fazer nada ou esperar que se venda alguma coisa pela net, não é solução nem da dinheiro.
O ramo estava mais que decidido, seria uma continuação do que vendemos nas feiras mas com melhor qualidade e bom gosto. O passo seguinte foi encontrar um espaço com uma renda acessível. Quando soube que uma loja que gostava tinha fechado fui logo procurar informações, mas na impossibilidade dessa, acabamos por ficar com outra, mais pequena e com renda um pouco mais cara, mas com uma localização muito melhor, bem no centro da zona histórica da cidade de Tomar.
Para começar estabelecemos uma meta: a abrir em Outubro e a passar o Natal, ficamos com cerca de 3 meses para perceber se vale a pena ou não o investimento. Quer dizer, o investimento foi bastante reduzido, tirando alguns documentos e licenças, mais as duas rendas, encher a loja foi a melhor parte e a mais fácil, porque muitas das coisas são as que levamos para as feiras, algumas eram minhas e dos meus pais, outras foram recentemente herdadas por N., fizemos compras em feiras onde se encontram preciosidades ao desbarato e para além disso, fomos várias vezes abastecer-nos à “gruta do Alibábá”.
Conseguimos tratar de tudo em 3 semanas, juro que pensei que fosse mais demorado, quer dizer, por mim seria, pois dou muita importância aos pormenores, mas N. tem experiência em comércio e logo me avisou que deviamos abrir o mais rápido possível porque o mês já tinha começado. Foi uma semana para pinturas, outra para papeladas e compras e a última para arrumar e afinar detalhes. Ficou mesmo a faltar a identificação no exterior e a publicidade, mas no facebook já está tudo operacional há muito tempo.