sábado, 20 de outubro de 2012

A loja: o contexto



Após 6 meses de feiras, que se realizam apenas aos fins de semana, comecei a ponderar o que fazer durante os outros dias, pois a chegada do Inverno só irá prejudicar o negócio. Por norma as feiras são ao ar livre e com a chuva o mais certo é serem canceladas, por outro lado, para além de agora anoitecer mais cedo, as pessoas com o mau tempo têm renitência em sair de casa, logo as vendas diminuem. Pensei seriamente em ir vender louças a garnel para os mercados semanais, mas antes disso teria que finalmente experimentar abrir uma loja.
Há uns tempos atrás andei com a cisma que queria abrir uma, penso até que toda a gente que me conhece ouviu falar nisso! Primeiro era um bar, depois um restaurante, lembrei-me de uma loja de doces regionais, um quiosque de lanches rápidos, uma loja dos 300 e depois uma de artigos a 1 euro, até que desisti dessas ideias todas, porque lojas a fechar são o prato do dia. Mas neste momento tinha que arriscar, porque ficar as semanas sem fazer nada ou esperar que se venda alguma coisa pela net, não é solução nem da dinheiro.
O ramo estava mais que decidido, seria uma continuação do que vendemos nas feiras mas com melhor qualidade e bom gosto. O passo seguinte foi encontrar um espaço com uma renda acessível. Quando soube que uma loja que gostava tinha fechado fui logo procurar informações, mas na impossibilidade dessa, acabamos por ficar com outra, mais pequena e com renda um pouco mais cara, mas com uma localização muito melhor, bem no centro da zona histórica da cidade de Tomar.
Para começar estabelecemos uma meta: a abrir em Outubro e a passar o Natal, ficamos com cerca de 3 meses para perceber se vale a pena ou não o investimento. Quer dizer, o investimento foi bastante reduzido, tirando alguns documentos e licenças, mais as duas rendas, encher a loja foi a melhor parte e a mais fácil, porque muitas das coisas são as que levamos para as feiras, algumas eram minhas e dos meus pais, outras foram recentemente herdadas por N., fizemos compras em feiras onde se encontram preciosidades ao desbarato e para além disso, fomos várias vezes abastecer-nos à “gruta do Alibábá”.
Conseguimos tratar de tudo em 3 semanas, juro que pensei que fosse mais demorado, quer dizer, por mim seria, pois dou muita importância aos pormenores, mas N. tem experiência em comércio e logo me avisou que deviamos abrir o mais rápido possível porque o mês já tinha começado. Foi uma semana para pinturas, outra para papeladas e compras e a última para arrumar e afinar detalhes. Ficou mesmo a faltar a identificação no exterior e a publicidade, mas no facebook já está tudo operacional há muito tempo.


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