quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A Loja: o início



Lembram-se desta porta? Pois chegou a altura de falar dela. Tudo tem haver com o meu lado empreendedor e precavido, que me levou a pensar em soluções para o duplo desemprego aqui de casa. Com alguns meses de antecedência várias hipóteses foram colocadas e duas ideias de negócio pareceram ser as mais viáveis e foram a nossa aposta.
Primeiro surgiu a ideia dos produtos tradicionais, formou-se a empresa, começou-se a produzir em pequena escala e a fazer feiras, mas o projeto não avança a 100% porque falta tratar de umas burocracias próprias do ramo alimentar. Paralelamente a isto começamos a colocar coisas a venda na internet, o que inicialmente era uma forma de escoar o que se acumulava em casa, posteriormente foi pensado para ser uma ocupação e uma fonte de rendimento. Sempre fomos pessoas de frequentar Feiras de Velharias, sempre gostámos de comprar coisas antigas para a casa, daí que quase por instinto percebemos que o nosso futuro mais próximo teria que passar por aí.
Depois de dez anos no ensino é uma sensação estranha começar a fazer algo totalmente diferente, passar a frequentar feiras não como comprador mas como vendedor, é mais ou menos como a queda de um ídolo. Nos primeiros tempos causa uma certa vergonha, mas depois aprende-se e apreende-se, afinal há que fazer qualquer coisa que ocupe e dê rendimento, é isso ou estar parado à espera que nada aconteça... e como uma colega minha bem disse: “Estimo saber que há vida para além da docência”.
Já se passaram seis meses desde que começamos a fazer as primeiras feiras, todos fins de semana bem cedo, enquanto uns dormem depois das noitadas, lá vamos nós para alguma feira significativa, algumas são destinos certos, outras vão surgindo pontualmente, afinal de contas estamos numa fase em que surgem feiras e mercados a todo o momento.
Em seis meses já deu para perceber a psicologia dos mercados de rua, do crescente de gente que aparece para vender qualquer coisa, de quando os políticos comunicam algo ao país no dia seguinte as vendas cairem consideravelmente, da baixa e do aumento dos preços conforme as necessidades das pessoas em fazer dinheiro para o momento... é este o retrato do país em tempos de crise.
Também já deu para fazer um balanço financeiro e pessoal, que se revelou positivo. Se num mês fizermos uma média de seis feiras boas, conseguimos ganhar suficiente para pagar as despesas, só que isso não basta, precisamos de ter dinheiro para os gastos diários e para as despesas extra que podem surgir, temos que ganhar o equivalente a dois ordenados para nos aproximarmos da vida que tínhamos quando estávamos empregados. Assim uma questão colocava-se: trabalhamos aos fins de semana, mas precisamos de fazer algo durante a semana, mas o quê!? Foi neste contexto que surgiu a ideia de abrir A LOJA.


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